Ordem do Sagrado Manto de São José


Devoções
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16/02/2021
É hora da Consagração a São José!



Por que precisamos, agora mais do que nunca, encomendar-nos a São José? É o que explica nesta entrevista o Pe. Donald Calloway, autor de um recente livro devocional que propõe todo um roteiro de consagração ao pai virginal de Jesus.

Há já um bom tempo que os católicos têm se consagrado à Santíssima Virgem, seguindo muitas vezes o método do Tratado da Verdadeira Devoção a Nossa Senhora, de São Luís Maria Grignion de Montfort, um clássico da literatura espiritual.

O Pe. Donald Calloway (47), da Sociedade de Maria (Marianistas), consagrou-se à Mãe de Jesus há alguns anos. Mas ao refletir sobre alguns dos desafios que se apresentam à sociedade moderna, o sacerdote disse ao portal Our Sunday Visitor que havia chegado a hora de elaborar um método de consagração a São José semelhante ao de São Luís.

“Sem dúvida poderíamos recorrer a São José numa época de crise de paternidade e no matrimônio”, disse o Pe. Calloway, que mora em Steubenville, Ohio, e trabalha como promotor vocacional para a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, uma comunidade fraternal de vida consagrada.

O Pe. Calloway escreveu um livro intitulado Consecration to St. Joseph: The Wonders of Our Spiritual Father [“Consagração a São José: As Maravilhas de Nosso Pai Espiritual”, ainda sem tradução para o português], que segue a fórmula do processo de consagração elaborada por São Luís de Montfort. Publicado no dia 1.º de janeiro, o livro vendeu mais de 80.000 exemplares e está na 5.ª reimpressão.

O Pe. Calloway espera que o livro conduza muitas pessoas a redescobrir o judeu do século I que cuidou de Jesus e Maria, um homem forte, trabalhador, piedoso e virtuoso, que hoje é reconhecido como Patrono da Igreja universal.

Our Sunday Visitor: Por que o sr. quis escrever um livro sobre São José?

Padre Donald Calloway: Atualmente, há no mundo uma grande confusão a respeito de coisas muito importantes como o matrimônio, a família e até sobre o significado da masculinidade e da feminilidade. Existe a ideologia de gênero… E hoje as pessoas estão realmente confusas a respeito dessas coisas.

Há cerca de três anos, pensei que seria extraordinário que tivéssemos algum tipo de programa abrangente de consagração a São José, porque ele preencheria uma lacuna. Temos a consagração mariana, e isso é excelente. Mas nesta época de crise de paternidade e no matrimônio, poderíamos ter algo relacionado a São José. Foi quando me ocorreu a ideia de verificar se alguém já havia feito isso. Fiz a pesquisa e descobri que não, então pensei: “Ora, eu posso fazer isso”. Foi o trabalho a que me dediquei no últimos três anos.

Como foi o processo de elaboração do método de consagração a São José?

No início, não sabia o que fazer. Pensei: “Muito bem, é uma grande ideia, mas como posso transformá-la em livro?” Há alguns anos, consagrei-me a Nossa Senhora pelo método de São Luís de Montfort, e foi simplesmente incrível. É uma consagração feita depois de 33 dias de preparação. Ele foi o criador desse método. Então, tive a seguinte ideia: “Quer saber? Não preciso reinventar a roda. Usarei a fórmula e o modelo criados por ele e os aplicarei a São José”. Então, para cada dia há uma breve leitura e algumas orações. Fazemos isso durante 33 dias, ao cabo dos quais você realmente entende do que se trata. É um processo abrangente, que não deixa de fora nenhum detalhe.

Que tipo de trabalho o sr. desenvolveu ao longo desses três anos?

A informação compilada vem de diversos países, pois viajo com muita frequência. Estive na Polônia, na Croácia e na América do Sul para realizar a pesquisa. Algumas coisas foram traduzidas para o inglês pela primeira vez. Há muito material interessante sobre São José, mas não estava disponível em inglês. Também encomendei obras de oito artistas de diversos países, que fizeram pinturas exclusivas de São José, retratado como alguém jovem, forte e varonil. Muitas das imagens de São José são um tanto falhas. Os artistas trabalharam durante um ano e meio.

Quais foram as coisas mais interessantes que o sr. aprendeu sobre São José?

Muitas coisas impressionantes. Descobri que o anel que São José deu à Virgem Maria no dia em que se casaram ainda existe. É conhecido como Santo Anello, e fica guardado num imenso relicário que está na catedral de Perúgia, Itália, perto de Assis. Todos os anos é exposto para a veneração dos fiéis. Casais e noivos têm o privilégio de se aproximar da relíquia e encostar nela suas alianças. Isso foi estonteante.

Depois, visitei a Casa de Loreto, o lar da Sagrada Família em Nazaré, que no século XIII foi transportado até a Itália por anjos. Desde então se encontra em Loreto. É uma das maiores relíquias do mundo, e em meu livro falo sobre todos os santos que a visitaram e o que disseram sobre ela. Aquilo foi simplesmente incrível.

É razoável afirmar que muitas vezes São José é subestimado. Em sua opinião, qual seria a razão disso?

Creio que isso se deva, em parte, ao fato de não haver no Novo Testamento nenhuma fala dele. No caso de São José, as ações dizem mais que as palavras.

Infelizmente, nos primeiros séculos da Igreja circularam muitos documentos falsos sobre distintos temas relacionados à vida da Sagrada Família. Não são escritos aprovados ou inspirados, mas apócrifos que, infelizmente, alimentaram a ideia de que São José foi um viúvo de idade avançada com filhos de um casamento anterior. Tudo isso não passa de lenda e jamais fez parte da doutrina da Igreja, embora tenha sido retratado em obras de arte.

Por causa disso, as pessoas começaram a pensar o seguinte a respeito dele: “Bem, ele não é tão importante assim. Não disse nada, era velho e era uma espécie de tapa-buraco”. As pessoas não prestavam muita atenção nele. Mas hoje, sobretudo nos últimos 150 anos, a Igreja tem feito mais pela promoção de São José do que durante os 1.800 anos anteriores. É algo que está se desenvolvendo, e creio que tem crescido agora por causa do movimento de consagração a São José.

A ausência de palavras dele na Sagrada Escritura dificultaram a pesquisa a seu respeito?

Em relação às fontes primárias, sim. Mas não foi tão difícil porque podemos deduzir suas ações, sua obediência e sua fé a partir daquilo que ele fez. Apesar de não ter dito nada, suas ações dizem muito. Então, basta observar o que se exigia de um esposo e pai judeu do século I em matéria de trabalho e deslocamento. O que poderia estar acontecendo com ele, quando teve de fugir com a família para o Egito e ficar lá durante tantos anos? Em seguida, completamos o que falta com o que Papas, santos e místicos disseram na tradição católica. Depois de um tempo, formamos uma imagem muito boa sobre quem foi ele.  

Qual foi a imagem de São José que começou a surgir à medida que o sr. estudava a vida dele?

Surgiu a imagem de alguém que não era velho. Se fizermos as contas, veremos que a lei judaica exigia que um homem como ele caminhasse até Jerusalém três vezes ao ano para cumprir certos ritos religiosos. Digamos que ele tenha feito isso três vezes ao ano durante trinta anos. Se somarmos a distância percorrida, veremos que São José poderia ter dado a volta ao mundo. Um idoso jamais poderia ter feito isso. Era necessário ser jovem para fazê-lo. Portanto, como modelo de virilidade para seu filho [adotivo], Nosso Salvador, ele tinha de ser jovem e forte.

Nós o chamamos de Modelo dos Trabalhadores, Pilar das Famílias, Glória da Vida Doméstica, Terror dos Demônios — não são títulos atribuídos a um idoso que cochila à tarde e se esquece das coisas. A imagem que formamos de São José é a de um homem forte, um trabalhador; realmente, em certo sentido, a imagem do primeiro cavaleiro da Virgem Maria. Ele foi o primeiro a chamá-la de “Minha Senhora”. Foi o primeiro a dar a vida por Jesus e Maria e a sacrificar-se. Falamos aqui de uma santidade extraordinária.

Em outro lugar, o sr. disse que enfrentou problemas na redação desse livro, inclusive de origem sobrenatural. O que quer dizer com isso?

Não posso dar muitos detalhes, mas o demônio não queria que o livro fosse publicado. Houve resistência. O demônio realmente tentou destruir o livro e impedir que ele chegasse às pessoas, porque sabe do poder que São José tem para interceder diante de Deus. Houve algumas coisas verdadeiramente difíceis durante o processo de publicação desse livro.

Foi difícil organizar o livro e escrever as orações e reflexões?

No início foi difícil. Quando estava dando forma à ideia, pensei num formato diferente para ele. Passei cerca de seis meses com esse formato em mente, até perceber que ele não funcionaria. Rezei nessa intenção. Quando estava fazendo a Ladainha de São José, contei os títulos e percebi que eram cerca de 30, e aquilo que me pareceu perfeito. Com uma introdução, uma análise daqueles títulos e uma conclusão, consegui chegar nos 33 dias. Transformei a Ladainha de São José em modelo; portanto, todos os dias lemos um pouco a respeito de cada um daqueles títulos e em seguida rezamos a Ladainha. Funcionou perfeitamente.

Quais são os frutos espirituais da consagração a São José?

A coisa mais espetacular é o fato de nos aproximarmos de Jesus por meio dela. Em última instância, tudo gira em torno de Jesus, da mesma forma que a consagração mariana nos aproxima dEle. Segundo, se somos filhos espirituais de São José, temos de imitá-lo, pois todo filho é chamado a ser semelhante aos pais. Naturalmente, ele não é um pai biológico, mas podemos nos assemelhar a ele imitando suas virtudes. Aquela Ladainha apresenta muitas de suas virtudes. Ele é paciente, corajoso, obediente e fiel. Portanto, se quisermos ser parecidos com ele, temos de imitá-lo. Esse é um fruto essencial da tentativa de imitá-lo. Algumas pessoas perguntaram: “Podemos realmente nos consagrar a São José se já somos consagrados a Maria?” Sim. Não somos membros de uma família espiritual de pai solteiro.

Como avalia a recepção que seu livro recebeu até o momento?

O livro foi publicado há apenas dois meses [em março de 2020] e já teve 80.000 exemplares vendidos. Está na quinta reimpressão e já está sendo traduzido para o espanhol, o francês e o polonês. Também estão sendo analisados contratos árabes e italianos. É inacreditável. As pessoas me escreveram o seguinte: “Não acredito que isso não existia. Por que demoramos tanto para reconhecer sua grandeza e sua dignidade, bem como o que ele significa para nós na Igreja?” Famílias e paróquias estão se consagrando. Como resultado disso, quatro bispos americanos decretaram a abertura de anos dedicados a São José em suas dioceses. Meu maior desejo é que o Papa proclame um Ano de São José para a Igreja universal. Nunca tivemos nenhum, e isso seria fenomenal.

Interessado em São José e desejoso de aumentar a sua devoção a este grande santo? Então não deixe de se inscrever para o curso do Pe. Paulo Ricardo justamente sobre o excelso Patrono da Santa Igreja Católica!



Fonte: https://padrepauloricardo.org


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